
Está na hora de ACORDARES e veres que as coisas mais simples são as que deixam mais marca no teu coração!
A culpa é talvez dos sentimentos que mais auto limitam o ser humano no seu processo de parar…parar para se estruturar…parar para se focar… parar para criar!
A história que vos conto aconteceu em 2008 e conto-a muitas vezes em conferências, palestras, com o objetivo de acordar as pessoas para o que é mais importante na vida.
Estava numa das minhas consultas de luto e um pai, que tinha perdido a sua mãe há um mês e vivia em casa com os seus dois filhos e a mulher com uma doença terminal e tinha sido despedido naquela semana.
Chorava desesperado, sentia uma dor dilacerante pelo que lhe estava a acontecer e culpava-se por várias coisas… por não estar a conseguir gerir todas as suas emoções, estava cansado!
“Porquê a mim? porquê a nós?!”
Repetiu esta pergunta várias vezes naquela consulta. Sentia-se culpado por estar a exigir muito dos seus filhos, sobretudo da sua filha de 15 anos, sentia que estava a privá-la de “viver uma adolescência normal!”
“A minha filha pede-me para sair com os amigos e ir ao cinema, pede-me umas sapatilhas que estão na moda, mas eu não sei como vai ser a nossa vida daqui para a frente e não temos dinheiro!”.
Nessa sessão, e usando técnicas cognitivas narrativas, foi-lhe pedido que pensasse num título que a filha daria se tudo isto não passasse de um filme de terror ao qual respondeu:
“adolescência perdida”
Foi neste momento, que lhe foi pedido para PARAR… para comunicar com a filha o que estava, aproximando-se dela, ao invés de a afastar; foi-lhe proposto para PARAR e criar um novo sentido, um novo criar e fazer diferente. Passados 15 dias este homem voltou à consulta, contando que a relação com a filha nunca esteve tão próxima, simplesmente porque…comunicam mais e temos feito coisas diferentes dentro dos nossos recursos: Um sexta feira de manhã, antes de ir para a escola disse-lhe que logo à noite íamos jantar fora, ficou ao rubro! E assim foi, peguei na mesa da sala e coloquei-a na varanda, comprei pipocas e pedi a um amigo que me emprestasse um filme para vermos todos juntos, em família!
No final da noite ela sussurra-me ao ouvido: “Papá esta foi a noite mais feliz da minha vida!”