Quais as tuas brincadeiras de infância preferidas e como é que as mesmas se podem relacionar com a tua escolha vocacional e profissional?
Gostava de bonecas, de jogar ao faz de conta, gostava de assumir o papel de mãe, nunca liguei muito a Barbies, mas aquela…aquela que era a minha brincadeira favorita era estar no meu quarto ou na barraca da praia na Póvoa de Varzim a fazer de conta que tinha uma loja e era a vendedora.
Não é por acaso que quando me perguntavam quais os meus sonhos dizia sempre:
“Ter uma máquina registadora e ajudar as pessoas a tornarem-se visíveis!”
Neste artigo vou explicar-te o duplo sentido emocional que me levava a querer tanto uma máquina registadora e como a minha missão profissional é hoje ajudar as pessoas em momentos de transição de vida pessoal e profissional.
O duplo sentido emocional de querer uma máquina registadora…
O 1º estava relacionado com as minhas brincadeiras de criar lojas de roupa, bijuteria, sapatarias, para parecer um cenário mais real de vendedora faltava a máquina, que mais tarde acabei por ter uma. A 1º. feita em cartão pela minha tia Nita e a 2ª foi-me oferecida pela minha tia Lina, uma máquina a sério que ainda hoje a tenho bem guardada e sempre que olho
para ela sinto uma sensação boa a que damos o nome de nostalgia.
O segundo sentido conta a história de uma criança, que por acaso sou eu, que estava na 2º.classe e a minha professora primária chamou-me ao quadro para resolver um problema de matemática, enquanto menina bem educada, mas que não gostava muito de me expor…ir ao quadro era uma tarefa assustadora!! Mas lá fui eu…e errei na sua execução!
Eis que, em segundos, tudo mudou por causa da reação da professora, que imediatamente me deu um estalo (ainda sou da altura das reguadas e estalos) e me diz:
“És uma burra Sofia Andrade, se não sabes fazer uma conta tão simples como esta, nunca hás-de ser ninguém na vida!”
Escusado será dizer-te que naquele momento desenvolvi uma crença limitante a matemática e comecei a acreditar que não era mesmo capaz de a compreender.
Felizmente com o apoio da família consegui acreditar e ter esperança de que apesar de não ser tão rápida a fazer contas tinha outras qualidades que compensavam aquela. No entanto, os danos emocionais foram criados. Mais à frente, neste artigo, partilho contigo as competências que me ajudaram na altura a superar os meus medos e continuam muito presentes ainda hoje!
“Ajudar as pessoas a tornarem-se visíveis!”
Desde pequena também que dizia que queria ajudar as pessoas a tornarem-se visíveis, ajudar as pessoas a olharem para si e a saberem olhar para o outro com consciência e respeito.
Era daquelas crianças que tomava a iniciativa de dizer aos pais:
“Hoje sou eu que vou pedir o vosso café!”
“Sou eu que vou pedir o peixe ao Senhor para o nosso almoço.”
Lá ia eu toda expedita, mas o que acontecia é que ninguém me via por detrás do balcão e os outros clientes passavam-me à frente. Indignada com isto resolvi desde muito cedo, com estas situações, que um dia queria mesmo ajudar as pessoas…
A tornarem-se visíveis, a darem voz ao que pretendiam, aos seus sonhos, a verbalizarem e a agirem no sentido da justiça, para si e para os outros, a estarem atentas!
A fazerem escolhas, a assumirem quem são, o que gostam, o que não gostam, a aprender no sentido de melhoria contínua, a autoconhecerem-se e a acreditarem, a terem fé em si próprias!
Hoje, sei que estas histórias, estes interesses de brincadeira me ajudaram muito a ser quem sou e sou grata a esta professora primária que ensinou, da pior forma, a importância da AUTOSUPERAÇÃO!
Neste artigo faço-te um convite a refletires comigo sobre a importância das vivências e experiências da tua vida pessoal, social e profissional:
“Como é que elas te ajudam a assumires as tuas limitações e qualidades e CONHECERES-TE?”
“Como é que as mesmas te permitem ajudar a identificar os teus INTERESSES?”
“De que forma é que as mesmas te levam a fazer uma ESCOLHA?”
Sabemos que já nascemos com algumas habilidades inatas, sabemos que muitas vezes somos um produto de estados mentais e emocionais associados, sabemos que aprendemos através das nossas experiências e dos outros e desenvolvemos, deste modo, as chamadas soft skills, competências comportamentais e sociais que vamos aprendendo ao longo da vida e podem ser vistas como características e estratégias individuais de cada um e reconhecidas pelos outros.
Hoje em dia, os recrutadores nas empresas, estão cada vez mais atentos a estas competências que tanto influenciam os resultados nas organizações.
Por este motivo, a procura de trabalho está a exigir um elevado foco nas soft skills, e por isso é necessário que tenhamos consciência do que na HORA DE FAZER UMA ESCOLHA: o curso universitário que vamos escolher, por onde vamos começar a procurar ativamente um novo projeto profissional, o melhor é PARAR, RESPIRAR, FOCARMO-NOS, PLANEAR E PREPARARMO-NOS estrategicamente para um mercado mais global e competitivo.
Partilho contigo aquelas que são as qualidades, as competências que podem conduzir a uma maior orientação na hora de escolheres o curso, a entrares, pela 1ª. vez no mercado de trabalho ou reintegrares um novo projeto profissional.
1ª. ATITUDE POSITIVA, RESILIENTE E COMPROMETIDA
O mercado valoriza pessoas com energia, que conheçam os seus VALORES e se alinhem com os da organização, que saibam assumir quando precisam de ajuda, que reconheçam os seus erros, que digam que estão dispostos a ter FLEXIBILIDADE COGNITIVA para aprender sempre, que transformem o: “Se eu…em…“Como é que…?”; que tenham consciência e acreditem que
o principal e mais importante projeto da sua vida são elas próprias e que se elas não estão bem, não vão conseguir demonstrar resultados, nem a si próprias, nem aos outros; Pessoas que consigam fazer uma boa GESTÃO DE PESSOAS, comprometidas com a missão da organização e com a equipa de trabalho.
2ª. RESOLUÇÃO PROATIVA NO ENCONTRO DE RESPOSTAS
O mercado precisa de pessoas que transformem “Problemas…em…Soluções”, que assumam um PENSAMENTO CRÍTICO sobre as situações, que questionem o resultado que está diante de si, as ações, as consequências de cada ação e que está a ser feito e o que pode ser feito de modo diferente. E aqui entra a CRIATIVIDADE de inovar e que responde à questão: “Se o que estou a fazer não está a resultar…o que posso fazer diferente que me leve ao resultado pretendido?”
3ª. COMUNICAÇÃO E PLANEAMENTO
Na hora de querermos diferenciarmo-nos e dizer ao mercado que estamos prontos para uma oportunidade de trabalho, ajuda termos uma boa estratégia de planeamento, por exemplo: termos um plano de ação com um objetivo definido, acionar os recursos necessários.
Ajuda termos uma boa capacidade de comunicar: “O que somos, o que sabemos, o que pretendemos?”
Uma boa capacidade de comunicação ajuda a criar relações mais empáticas, a fazermos uma melhor GESTÃO DE TEMPO, por exemplo, a conseguirmos apresentar a nossa proposta de valor numa entrevista, na organização de uma reunião e ajuda na RESOLUÇÃO DE CONFLITOS.
Importante dizer-te que…não, não tomo café, continuo a gostar muito de peixe, ainda tenho a máquina registadora e sim, consegui superar a premonição desta professora e hoje SOU alguém que está em paz com a matemática, uma psicóloga empreendedora que tem muito orgulho de poder ajudar outras pessoas a superarem os seus medos e crenças, através do coaching psicológico focada na área vocacional e carreira.
Se conheceres alguém que possa estar a precisar desta orientação vocacional, de carreira ou de vida posso ajudar-te a ajudares!
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